Você Sabe o Que é Sono Não Reparador? Entenda as Causas e Como Melhorar a Qualidade do Seu Sono

Ao ser questionado sobre o sono, a maioria dos pacientes relaciona a velocidade com que pega no sono ou o número de horas dormidas, como os únicos fatores envolvidos.

Demorar muito tempo para adormecer, assim como acordar muito cedo ou diversas vezes a noite, são tipos de insônia, quadros frequentes que causam diversos prejuízos na população.

Dormir uma quantidade pequena de horas, seja por compromissos, falta de rotina ou até mesmo a própria insônia, é também uma característica muito prevalente, presente em quase um terço das pessoas.

Entretanto há alguns pacientes que chegam em consultório sem insônia e dormindo mais de 7h por noite, que em um primeiro momento não relatam problemas com o sono. Mas durante uma avaliação mais detalhada, se apresentam com fadiga importante ou sonolência diurna. Nesses casos, podemos estar diante do sono não reparador.

Consequências do Sono Não Reparador

A fadiga não é o único sintoma apresentado em pacientes que tem uma má qualidade de sono, seja por insônia, ou por um sono não reparador. Alterações de memória e atenção, alterações de humor e irritabilidade, são os principais fatores associados. Além deles, muitas pessoas relatam dores de cabeça, baixo desempenho acadêmico ou profissional, alterações comportamentais e até mesmo desenvolvimento de quadros depressivos.

A sonolência diurna, também é um fator importante. Pacientes com esses sintomas estão mais propensos a acidentes, principalmente de trânsito. Soma-se a isso erros no trabalho, insatisfação com a vida, perda de motivação e falta a compromissos sociais. Para medir essa sonolência, existem alguns questionátios validados e aplicados em consultório, como a Escala de Epworth de sonolência diurna.

Existem muitas causas para fagida ou sonolência diurna, exames metabólicos para avaliação da função tireoidiana e glicemia, são úteis para exclusão de alguns fatores, por exemplo. Mas quando esses sintomas ocorrem já no início da manhã (o famoso “acordar cansado”), eles provavelmente são resultados de um sono de má qualidade. Nesses casos, há duas causas importantes que precisam ser investigadas.

Causas do Sono Não Reparador

1. Ansiedade

A ansiedade, como um transtorno, pode estar presente de diversas maneiras e de acordo como se manifesta recebe nomes diferentes, sendo que a mais comum é conhecida como Transtorno de Ansiedade Generalizada – TAG. Os outros tipos de ansiedade são a síndrome do pânico, afobia sociale aagorafobia, por exemplo.

Os efeitos da ansiedade no sono ocorrem pelo aumento de neurotransmissores relacionados ao estado de alerta no sistema nervoso central (noradrenalina, dopamina, serotonina e histamina). Pode ocorrer dificuldade em iniciar o sono (insônia inicial), aumento do número de despertares durante a noite (sono fragmentado) e não reparador (causado principalmente pela diminuição do sono profundo).

2. Apneia Obstrutiva do Sono

A apneia do sono é uma condição clínica na qual obstruções repetitivas da garganta ocorrem durante o sono, gerando apneias (pausas respiratórias de no mínimo 10 segundos) e ou hipopneias recorrentes (quase apneias). Para cada apneia existe um despertar, o sono profundo e reparador não ocorre, o sono é de má qualidade.

A apneia do sono é um problema grave e extremamente prevalente. Dados brasileiros apontam que provavelmente 25% da população sofre algum grau de apneia. Em populações de risco para apneia do sono, tais como, populações de obesos e de hipertensão arterial a prevalência de apneia do sono pode ser ainda maior.

Os sinais e sintomas mais comuns da apneia do sono são roncos, apneias testemunhadas (semelhante a engasgos ou sustos) e sonolência excessiva diurna. Alguns fatores são de risco para apneia do sono são: obesidade, ronco, hipertensão, grande circunferência do pescoço e alterações orofaciais (língua grande, amigdalas e úvula grandes, palato redundante, queixo pequeno, por exemplo)

Os indivíduos com sintomas característicos da doença ou fatores de risco devem ser submetidos ao teste de registro de sono (polissonografia) para o diagnóstico definitivo da doença e escolha do melhor tratamento

Como Tratar a Má Qualidade do Sono

Um sono de má qualidade pode ser tratado com as mesmas medidas de higiene do sono usadas para quadros de insônia. As medicações nesses casos, costuma ser muito pouco efetivas. Caso não haja reaultados com a mudança de hábitos, o tratamento da causa base deve ser realizado e otimizado.

Em caso de necessidade, procure o neurologista.

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